
Em 2018, ex piloto e até então bicampeão da FKBH Thiago Lunard liderava o campeonato daquela temporada em busca do tri quando choveu nas 3 últimas etapas. Este fator ocasionou uma virada de Luciano Hudson, que se sagrou campeão naquele ano, tornando a chuva o trauma de Lunard e o Trunfo de Luciano.
Como podemos perceber, a chuva pode ser cruel no Motorsport. Ela é o fenômeno nivelador da pista, trazendo o talento do piloto à tona, e tornando o kart secundário.
A 12ª etapa da FKBH trouxe elementos dignos de uma final. Um piloto com chance de antecipar o título e outros três com chances com uma missão de empurrar esta decisão para a última etapa, faltava apenas um ingrediente para aumentar esse drama, e creio que vocês já sabem qual será ingrediente me refiro. Sim, a chuva.
Fernando Stricker começou a etapa como líder isolado do campeonato com 193 pontos. Em 2021 e 2022 havia sido vice campeão. Em 2023 outro vice, o campeonato havia escapado nas últimas etapas, assim como Lunard em 2018. A existência do tabu é clara, e essa sequência de vices era um fantasma que precisava ser exorcizado. A pressão era enorme, apesar da liderança com folga na temporada 2024.
Dessa a largada o cuidado dos pilotos em manterem os karts na pista era evidente, a pista era muito escorregadia. A curva 7 foi a curva que mais fez vítimas.
João Henrique e Bruno Lima dispararam nas duas primeiras posições deixando a briga com Mateus Marlon e Pablo Nascimento. Bruno Lima era um dos postulantes ao título e fez o seu dever de casa, chegando na segunda colocação. Henrique Matos e Renato Americano precisavam fazer o mesmo dever de casa, mas tiveram atuações discretas. Bruno precisava contar agora com um desastre de Stricker para manter o viva suas chances de título.
Se Bruno torceu por isso, parece que começou a dar certo, pois na volta 3 Stricker se distraiu ao olhar pra trás na curva 4 e rodou sozinho na reta. Estaria o título ameaçado? Outro vice estaria encomendado? A chuva teria feito outra vítima?
Foram 16 posições de prejuízo pro piloto que seguia na terceira posição. O jeito é botar a cabeça no lugar e remar novamente, e foi isso que o duende verde fez. Stricker colocou a cabeça no lugar, encontrou um ritmo confortável e foi escalando o pelotão. Faltando uma volta para o final outro susto, nova rodada, desta vez na curva 8. O destino realmente estava disposto a tirar o título de Stricker, mas não foi o suficiente. O duende verde chegou na 14 colocação, colocou 4 pontos no bolso, e com a 21ª posição de Henrique e o 10° lugar de Americano, essa pontuação foi o suficiente para finalmente Stricker conseguir gritar é Campeão depois de tantas chances perdidas.
PARABÉNS AO CAMPEÃO, muito merecido. Stricker é a prova de que nada resiste ao trabalho duro e a persistência.
Seguimos agora para a última etapa, com um vice campeonato aberto. A segunda colocação de Bruno colocou ele na terceira colocação com 171 pontos, Americano assume a vice liderança com 173 pontos e Henrique cai de 2º para 4º com 170. Correndo por fora, Pedro Giovannini com 160 e Mateus Marlon com 158 esperam conseguir suplantar os adversários na última etapa. Façam suas apostas!
. por Pablo Nascimento